segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Round two: Fight!

Então é isso. Começou a guerra declarada. Chega de ameaças veladas, de denúncias sutis e tramóias de bastidores. Agora é guerra mesmo, suja, dura cruel. Agora é dedo no olho, tapa na cara, pé na bunda. Vale tudo. E isso tudo, não vale nada. Chega uma hora em todas as guerras em que é preciso arriscar tudo, para tentar vencer. É perciso ser arrojado para ousar. Mas, acima de tudo é preciso saber a hora de parar! Parar de atacar, parar de se mover, parar de respirar, até. Muitas guerras são perdidas por excesso de ataque. No ímpeto de massacrar, alguns expõe seus próprios pontos fracos. Lembram do Aquiles? Pois é, era só um pontinho fraco... Acredito que estejamos presenciando exatamente uma situação assim. Duas super potências digladiando-se abertamente, sedentas de sangue. Cada uma exibe suas armas e estratégias, cada um usa seu poder de fogo. E ninguém se importa com quem está no meio desse fogo cruzado. Nós no caso.
Ontem caiu uma bomba bem aqui na minha sala: Uma parte do império de uma delas, não é nem mesmo dela. Foi "incorporado", na época da ditadura! Claro que houve contra-ataque: revelou-se que o líder da outra usa indevidamente o dinheiro de seus correligionários para lucros pessoais e compra de aviões. E eles continuaram se agredindo. Aliás, faz uma semana, mais ou menos, que eles não param de se agredir. Claro que tem um lado bom. Toda a guerra tem um lado bom, a despeito do horror que causa. É essa porfia entere os contentores que faz os equipamentos, as máquinas, enfim o mundo evoluir. Em nossa guerra particular não será diferente. O problema é todo o lixo e sangue deixado pra trás. Os seres que vem do mar, Marinhos, portanto, não admitem perder o poder, já conquistado e consolidado há muitos anos. É compreensível. O poder é mesmo tentador. E por poder, entendamos dinheiro. Quando nos acostumamos a governar o mundo que é regido pelo dinheiro, é amsolutamente insuportável a idéia de perdê-lo. Claro que a essa altura, você já percebeu que a guerra da qual estou falando não é bélica ou armamentista no sentido tradicional. Estou falando de uma guerra que está acontecendo dentro de nossas TV´S e em nossos tribunais. Alguns tribunais, note-se. Porque alguns não tem coragem de se envolver nesse "furada". A "toda-poderosa" Rede Globo, finalmente sentiu um abalo. Após todos esses anos de monopólio, de controle da censura (é, pq só o que a Globo dizia e fazia era o certo!), alguém se ergueu para desafiá-la. Quer dizer, não se ergueu, foi erguido, pois quem começou foi a própria Globo.

Acontece que eles estavam acostumados a mandar e desmandar no Brasil, nos políticos, nos esporte, Criando tendências, mudando o horário do Campeonato Brasileiro, só pra não tem que diminuir a novela nas quartas à noite, estavam acostumados a mandar na CBF, detendo assim direitos de exclusividade na transmissão de jogos da Seleção, e claro, estavam mais que acostumados a Conceder (ou Não) o direito às outras emissoras para RE-TRANSMITIR seu sinal, quando em eventos importantes, uma vez que eram sempre eles que tinham preferência e exclusividade.

Bom, os tempos mudaram. As próximas Olimpíadas, por exemplo, foram "arrancadas de suas mãos" por um adversário que chegou meio despretencioso, meio se fingindo de morto, mas quando deu o bote, foi certeiro: A rede Record emplacou logo além do seu canal norma (que já ta muito bom), a Record News, emissora 100% notícias, 24 horas e o melhor "de grátis!" O que nos leva à pergunta: e a Globo News, porque é "canal fechado"? E a resposta: Porque a Globo é elitista pra cacete!! Não notaram? (mentira!!) É só assistir ao JN com atenção, por exemplo, que você nota. O que é mais importante pra VOCÊ: o preço da cesta básica ou o índice de flutuação semestral da Nasdaq? A taxa de amortização dos grandes investimetos no mercado de futuros ou Quanto de juros estão embutidos no pãozinho francês que é só o que você (a maioria de nós!) tem grana pra comprar de manhã? As novelas se empenham o máximo pra mostrar o mundo glamouroso que cerca os ricos, sem se importar com a distância que isso impõe aos mais pobres. Não é que a novela só deva mostrar desgraça e pobreza, mas fala sério, quantos RAJI você conhece? Quando foi a sua última viagem à Ìndia? É uma hora e tanto, todo dia, mostrando ao povo uma riqueza, um luxo, que eles jamais poderão ter. Chega a ser vergonhosa essa forma de tripudiar sobre nossa miséria. Milhões gastos para nos fazer perceber que jamais teremos um "milhinho" sequer.

Nessa contrapartida, vem a Record, mostrando as favelas, a vida dura nas comunidades, a exploração, a corrupção, tudo no mesmo horário nobre, em uma novela que fala uma língua muito mais popular. Todos nós sabemos o que é o tráfico, a corrupção da polícia, dos políticos, das igrejas. Nós, os verdadeiros brasileiros, sabemos o que é a fome, e O QUANTO ELA DÓI. Vem a Record, com seriados interessantes, intrigantes, que nos prendem. Com filmes recém lançados, com talk-shows e reallity-shows muito mais inteligentes (Ah, fala sério, é muito mais interessante e estimulante ficar em uma fazenda, com OBRIGAÇÕES diárias, para com os bichos e o próprio funcionamento da fazenda, que ficar três meses trancados em uma casa, sem NADA DE ÚTIL pra fazer, além de arrumar confusão e pagar mico!). Além é claro, dos jogos da UEFA champions league, que nós sabemos, tem os melhores jogadores de futebol do planeta, disputando um dos torneios mais importantes do mundo. Tá bom, a Globo tem o Brasileirão. Mas... Você já VIU o Barça jogando, o Milan, O Liverpool? Pois é... Se não foi à cabo, foi na Record!!

Só pra deixar claro: Não estou "levantando bandeira" pra emissora alguma. Estou apenas expondo os fatos, tal qual eles são. Claro que não concordo com a safadeza que é pegar o dízimo dos fiéis e comprar avião pra pastores, comprar carros de luxo pras suas esposas, OU EMISSORAS DE TELEVISÃO. O que eles alegam é que é pra "fazer a obra de deus", mas quem vê os milhões de reais oriundos dos comerciais veiculados, não é esse suposto deus, é o pastor. E ele investe pesado. Só no templo de Manhattan ele gastou perto de 5 milhões de dólares!! Claro, que não há como fiscalizar o transporte desse dinheiro e bens da igreja através das fronteiras (o que constitui o crime de evasão de divisas), uma vez que os "pastores" vão alegar tratar-se dos bens da igreja, e que a despeitos de terem vários templos, ela é uma só. Claro QUE DISCORDO VEEMENTEMENTE do fato de elas (as igrejas) serem um dos únicos tipos (senão o único) de negócio 100% livre de impostos! (O próprio cristo deles não disse pra dar o que era de César?). Mas como se pode perceber, no lado da Record a discussão fica mais quente, pois não mexe só com as preferências televisivas das pessoas, também tem a ver com a fé que dizem sentir, não só na "instituição Universal", como na pessoa de seus pastores, que como nós vimos. recebem ordem de executar a doutrina do "ou dá, ou desce", do próprio Edir Macedo. É como ele mesmo disse: "Se um não der, tem 10, 100 que vão dar!"
De qualquer forma, não é o objetivo desse simpório artigo dissertar sobre os valores e contra-valores da igreja, tenha ela o nome que tiver. Antes, é meu objetivo colocar essa guerra da mídia mais em evidência ainda, só que dessa vez por aqueles que são de fato os maiores interessados no seu resultado. Quantas baixarias ainda teremos de ouvir (e assistir!) antes deles perceberem que o fato da Record estar crescendo é, na verdade, POSITIVO para o Brasil? Não sou eu quem diz, é Marx. É a lei da oferta e da procura. Se tem alguém ameaçando a tua fatia de mercado, o ideal é que você MELHORE seus serviços e ofertas para conquistar o público. Ou seja, fazer um esforço de evoluir, de melhorar, para não ficar pra trás. Só que dessa vez, a Poderosa Globo, se viu de calças curtas. Demorou muito pra reagir. Quando quis o "inimigo", já tinha Newsrooms espalhadas pelo país inteiro. Já havia cedido a Record News, na faixa pra todo mundo, já tinha criado o programa "Hoje em Dia", o que acabou com as manhãs da Globo.

Agora eles tentam reagir. Desnorteados, pois nunca haviam estado em tal situação. Nunca tiveram que "correr atrás do prejuízo". Muito pelo contrário, sempre impuseram isso aos outros. Se acostumaram a ser os primeiros em tudo, e agora estão desesperados com essa ameaça real.

Nesse sentido eu achei bom. É como eu digo, Um dia a caça vence!

E então Plin, plin, como é ser a segunda?



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