quinta-feira, 30 de julho de 2009

Desafio Maior


Folha em branco. Uma tentação. Como a me insitar. Como a me dizer: "Eu te desafio!" e afio
minha espada para a peleja. Cereja no Gin Freeze, fiz, e farei outra vez. Talvez, por ser humano, talvez por não saber. Não saber a verdade, a pergunta, a mentira. E quem tira a teima, teima que é verdade; Na ansiedade de convencer, vencer os limites da página, das linhas, e do branco.

Mas se firo o papel ao escrever, essa criatura também me muda. Muda que fala, fala com quem lê, e com quem escreve, o próprio destino. Criatura-filho, que leva pedaços de mim, e só dói quando eu rio. Rio. Amazônas, Xingú, Branco ou Negro. Suas ruas cortam meu simplório peito brasileiro. E o cheiro dessa terra nos acompanha na memória, na história dessa gente; Filho, mãe, pátria. Amada, de chuteiras, descalça. Calça, que já não cobre a vergonha de quem deveria governar, ao invés de mandar nosso ouro para o Velho Mundo. E o fundo social continua mal, tal e qual no último natal, e antes.

Daí eu me pergunto: De que valem as meras palavras? pra que servem esses meus furiosos rabiscos? E eu mesmo respondo: Se você, ao ler, parar ao menos por dez segundos para pensar no seu papel nesse cenário, e avaliar as enormes possibilidades que você tem de criar e produzir beleza, já terá valido a pena. O desafio do papel terá sido vencido, e a Criatura-Texto novamente caminhará sobre a Terra.
_________
Texto original: Guilherme Castelo.
25/09/06
Respeite os direitos autorais, se reproduzir, cite a fonte.

Do que trata o texto: O momento da criação artística.

Só um dia Ruim



A inquietude das horas sem fim,
Enfim,
Recai sobre mim.

Me pego pensando no tempo,
passando por mim.
Me pego querendo mais tempo,
pre mudar o fim.

Outro dia passou; Virá outro,
Outrossim,
O mesmo rio será outro,
se passar por mim.

Por crer nessa constância,
é que penso assim.
Volto então a ser criança,
Dia não, dia sim.

______________________________________________
Poesia Original: Guilherme Castelo. Todos os direitos reservados.

Tái, pra não dizerem que eu não sei poetar, um poeminha, hehehehe.
Bjs.

A quem interessar possa:



Quando vocês lerem isto eu já estarei morto, ou quase.

Sei que é uma expressão batida, mas, fazer o quê? Sou antiquado.

Queria que vocês soubessem um pouco da minha história, e o porquê desta carta.

Há muitos e muitos anós atrás, eu era saudável e feliz. Era belo. Milhares de flores e florestas me cercavam, os oceanos e mares corriam livremente (e acreditem, sem poluição!). Ah, o ar ao meu redor era tão puro...

Mas um dia fiquei doente. fui infectado por uma bactéria terrível. Ela se multiplica incrivelmente rápido. Se espalhou por todo o meu corpo. Queimava em alguns lugares, explodia outros, escavava e destruia, sempre. Poluiu meus oceanos e impregnou o meu ar com substâncias altamente tóxicas, pra mim. Começei a sufocar. Me rebelei. Tentei detruir a bactéria de todas as formas à minha disposição!

Mas não consegui. Não tenho mais forças. Sei que fatalmente irei sucumbir em breve, portanto, enquanto ainda de posse de minhas faculdades intelectuais, faço minha despedida. Não haverá testamento. Não há muito à deixar.

Alguns vão me chamar de covarde por desistir de lutar, mas essa praga é mais forte que eu. Já não tenho mais forças pra me regenerar.

Saibam todos apenas, que eu sempre tive a melhor das intenções.


Ass.: Planeta Terra


________________________________________________
TEXTO ORIGINAL: GUILHERME CASTELO
13/04/04

Diáspora Natural


Onde estão as pessoas mais importantes da minha vida? Pra onde foram? Quer dizer, se pudéssemos tirar um instantâneo (Polaroid) de qualquer momento do passado, perceberíamos que naquele momento, entre outras coisas que tínhamos, havia pessoas que nós considerávamos "as mais importantes do mundo". Onde elas estão? Mas o que é realmente assustador é que você pode retroceder ou avançar no passado, sempre encontrará outros grupos (sim, grupos!) de pessoas importantíssimas. Mas.. Até quando o foram?

Uma coisa que sempre me intriga na vida é o fato de as pessoas sempre encararem o seu momento atual como uma muito provável realidade futura. Certa, quase inquestionável. Mas nossa experiÊncia de vida (por menor que seja) já nos ensinou que não é assim, não é mesmo? Se refizermos nossos passos, certamente iremos sorrir em alguns momentos, e perder o olhar no horizonte em outros. Mas a questão é que já estivemos pior e melhor antes, de uma forma ou de outra.

Já tivemos grandes amigos e alguns amores; Já estivemos totalmente sós. E não importa como estejamos agora, passaremos por tudo isso de novo. E de novo.

Mas as pessoas realmente importantes ficarão guardadas na memória, ou no coração.

Algumas lembranças são quentes como um abraço, como um afago; Outras são frias como despedidas difíceis. Entretanto, nenhuma pode ser alterada, descartada, ou simplesmente ignorada, por estar ali, registrada na história de nossas vidas. E essas pessoas estão todas lá, numa ilha chamada Saudade. E suas histórias, às vezes, se confundem com a nossa, e devem ser contadas junto portanto, por serem comum a ambos.

E o futuro, é um túnel escuro, com luzes que se acendem à nossa passagem, nos conduzindo através da vida, ao encontro de outras páginas ainda em branco e de outras pessoas, que um dia, também habitarão em nossa pequena ilha.

(Uma última questão: Porque deixamos para perceber o valor e a importância de algumas pessoas ao nosso redor só quando já estão além do alcançe das palavras? Quanto custa dizer: EU TE AMO, enquanto pode fazer toda a diferença do mundo?)

Bom, só me resta dizer que amei, amo e amarei todas as pessosa importantes do MEU MUNDO, e espero, realmente, também poder um dia, afagar suas memórias.

À memória dos que se foram....

Texto Original: Guilherme Castelo.
26/01/06

Seja um de nossos autores!

.