quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Grande Edgar

Luís Fernando Veríssimo

Já deve ter acontecido com você.

- Não está se lembrando de mim?

Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra?

Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir. Um, o curto, grosso e sincero.

- Não.

Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O "Não" seco pode até insinuar uma reprimenda à pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você devia ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.

Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.

- Não me diga. Você é o... o...

"Não me diga", no caso, quer dizer "Me diga, me diga". Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com a sua agonia. Ou você pode dizer algo como:

- Desculpe deve ser a velhice, mas...

Este também é um apelo à piedade. Significa "Não torture um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!" É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.

E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.

- Claro que estou me lembrando de você!

Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:

- Há quanto tempo!

Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.

- Então me diga quem eu sou.

Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:

- Pois é.
Ou:
- Bota tempo nisso.

Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como "jabs" verbais.

- Como cê tem passado?
- Bem, bem.
- Parece mentira.
- Puxa.

(Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)

Ele está falando:

- Pensei que você não fosse me reconhecer...
- O que é isso?!
- Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.
- E eu ia esquecer você? Logo você?
- As pessoas mudam. Sei lá.
- Que idéia!

(É o Ademar! Não, o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O... o... como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica. Rezende! Mas como saber se ele tem uma perna mecânica? Você pode chutá-lo, amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. "Que bom encontrar você!" e paf, chuta uma perna. "Que saudade!" e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)

- É incrível como a gente perde contato.
- É mesmo.

Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.

- Cê tem visto alguém da velha turma?
- Só o Pontes.
- Velho Pontes!

(Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes...)

- Lembra do Croarê?
- Claro!
- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
- Velho Croarê!

(Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)

- Rezende...
- Quem?

Não é ele. Pelo menos isso está esclarecido.

- Não tinha um Rezende na turma?
- Não me lembro.
- Devo estar confundindo.

Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.

- Sabe que a Ritinha casou?
- Não!
- Casou.
- Com quem?
- Acho que você não conheceu. O Bituca.

Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?

- Claro que conheci! Velho Bituca...
- Pois casaram...

É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.

- E não me avisaram nada?!
- Bem...
- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!
- É que a gente perdeu contato e...
- Mas o meu nome está na lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.
- É...
- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!
- Desculpe, Edgar. É que...
- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam...

(Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de "Já?!")

- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
- Certo, Edgar. E desculpe, hein?
- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.
- Isso.
- Reunir a velha turma.
- Certo.
- E olha, quando falar com a Ritinha e o Mutuca...
- Bituca.
- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?
- Tchau, Edgar!

Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer "Grande Edgar". Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar "Você está me reconhecendo?" não dirá nem não. Sairá correndo

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Grande Egar. In:__ As mentiras que os homens contam. São Paulo: Objetiva, 2000.

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Já perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu comigo! E vc, já passou por um aperto desses?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um novo dia que nasce...


Parabéns à todas as mulheres do meu país! 

Isso sim, foi uma vitória da democracia... 
Não há como saber como será o seu mandato, com certeza ela enfrentará problemas enormes e barreiras, 
como não poderia deixar de ser, mas o simples fato de nós, uma 
democracia tão jovem, termos eleito uma mulher como principal comandante do nosso país, é uma vitória histórica...
Viva a democracia, viva o Brasil!!

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Andrezinho está dentro do carro do seu pai quando avista duas prostitutas na calçada...

- Pai, quem são aquelas senhoras?
 
O pai meio embaraçado responde:

- Não interessa filho... Olhe antes para esta loja... Já viu os lindos brinquedos que tem?
 
- Sim, sim, já vi. Mas... quem são as senhoras e o que é que estão fazendo ali paradas?
 
- São... são. São senhoras que vendem na rua.
 
- Ah sim?! Mas vendem o quê??  - Pergunta admirado o garoto.
 
- Vendem... vendem... Sei lá... vendem um pouco de prazer.
 
O garoto começa a refletir sobre o que o pai lhe disse, e quando chega em casa, abre a sua carteira com a intenção de ir comprar um pouco de prazer.  Estava com sorte! Podia comprar 50 reais de prazer!,No dia seguinte, vai ver uma prostituta e pergunta-lhe:
 
- Desculpa minha senhora, mas pode me vender 50 reais de prazer, por favor?
 
A mulher fica admirada e, por momentos, não sabe o que dizer, mas como a vida está difícil, ela aceita.  Porém, como não poderia agir de forma 'normal' com o garotinho, leva-o para casa dela e prepara-lhe seis pequenas tortas de morango. 
 
Já era tarde quando o garoto chega em casa. O seu pai preocupado pela demora do filho, pergunta-lhe onde ele tinha estado. O garoto olha para o pai e diz: 
 
- Fui ver uma das senhoras que nós vimos ontem para lhe comprar um pouco de prazer!
 
O pai fica amarelo:
 
- E... e então... como é que se passou?
 
- Bom as quatro primeiras não tive dificuldade em comer, a quinta levei quase uma hora, e a sexta foi com muito sacrifício. Tive quase que empurrar para dentro com o dedo, mas comi mesmo assim. Ao final estava todo lambuzado, melequei todo o chão e a senhora me convidou para voltar amanhã, posso ir?  
 
O pai desmaiou.

sábado, 16 de outubro de 2010



Veja esta, então:
Um chinês entra num bar da moda em New York, quando vê o Steven Spielberg e pensa:
_ Gostaria de conhecê-lo.
Spielberg ao passar por ele, dá-lhe uma porrada daquelas na cara, que faz
melecar o nariz.
- Hei... Por que você fez isso? - pergunta o chinês.
- Vocês, japoneses, mataram o meu avô quando bombardearam Pearl Harbor!!!
- Mas eu não sou japonês!!! Sou chinês!!!
- Chineses, tailandeses, japoneses ... Para mim é tudo a mesma merda!!!
Spielberg vai se sentar, quando o chinês chega por trás dele e enfia-lhe um
tapaço na orelha, daquelas de fazer o cara ficar tonto na cadeira...
- Então? Para que isso, seu filha da puta? - pergunta Spielberg.
- Imbecil, idiota! Minha avó estava no Titanic seu filha da puta!!!
- Mas não fui eu que afundei a merda do Titanic
porra! Foi um iceberg!!!
- Iceberg, Gutenberg, Spielberg... Pra mim é tudo a mesma merda!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Apenas para descontrair um pouco...

Já que não podemos mudar a política educacional do país imediatamente, podemos ao menos rir um pouco de seus sub-produtos!

Diretamente das respostas de provas do Ensino Médio:
PÉROLAS!!!!


(Algumas eu já havia lido, mas adoro mesmo assim...)

'O sero mano tem uma missão...'
(A minha, por exemplo, é ter que ler isso!)


'O Euninho já provocou secas e enchentes calamitosas. .'
(Levei uns minutos para identificar o El Niño...)


'O problema ainda é maior se tratando da camada Diozanio!'
(Eu não sabia que a camada tinha esse nome bonito)


'A situação tende a piorar: o madereiros da Amazônia destroem a Mata Atlântica da região.'
(E além de tudo, viajam pra caramba, hein?)


Não preserve apenas o meio ambiente e sim todo ele.'
(Faz sentido)


'O grande problema do Rio Amazonas é a pesca dos peixes'
(Achei que fosse a pesca dos pássaros.)


'É um problema de muita gravidez.'
(Com certeza...se seu pai usasse camisinha, não leríamos isso!)


'A AIDS é transmitida pelo mosquito AIDES EGIPSIO.'
(Sem comentário)


'Já está muito de difíciu de achar os pandas na Amazônia'
(Que pena. Também as girafas e elefantes sumiram de lá)


'A natureza brasileira tem 500 anos e já esta quase se acabando'
(Foi trazida nas caravelas, certo ?)


'O cerumano no mesmo tempo que constrói, também destroi, pois nos temos que nos unir para realizarmos parcerias juntos.'
(Não conte comigo)



'Na verdade, nem todo desmatamento é tão ruim. Por exemplo, o do Aeds Egipte seria um bom beneficácio para o Brasil'
(Vamos trocar as fumaças pelas moto-serras)


.... menos desmatamentos, mais florestas arborizadas. '
(Concordo! De florestas não arborizadas, basta o Saara!)


'Isso tudo é devido ao raios ultra-violentos que recebemos todo dia.'
(Que coisa, não??..... Haja pára-raio!)


'Tudo isso colaborou com a estinção do micro-leão dourado.'
(Quem teria sido o fabricante? Compaq ? Apple? IBM?)


'Imaginem a bandeira do Brasil. O azul representa o céu , o verde representa as matas, e o amarelo o ouro. O ouro já foi roubado e as matas estão quase se indo. No dia em que roubarem nosso céu, ficaremos sem bandeira..'
(Caraca! Ainda bem que temos aquela faixinha onde está escrito 'Ordem e Progresso'..)


'.... são formados pelas bacias esferográficas. '
(Imaginem as bacias da BIC.)


'Eu concordo em gênero e número igual.'
(Eu discordo!)


'Precisa-se começar uma reciclagem mental dos humanos, fazer uma verdadeira lavagem celebral em relação ao desmatamento, poluição e depredação de si próprio...'
(Putz, que droga é essa?)


'O serigueiro tira borracha das árvores, mas não nunca derrubam as seringas.
(Esse deve ter tomado uma na veia)


'Vamos deixar de sermos egoistas e pensarmos um pouco mais em nos mesmos.'
(Que maravilha!)


'As chuvas foram fortes, mas não tivemos danos morais'
(Palavra de algum vereador de astorga (quem seria processado? São Pedro?)


Ai, ai....

segunda-feira, 1 de março de 2010

Apenas para não ficar sem final

 Eu disse que estava esperando definição...
Não me alongarei muito pq não será necessário...
Apenas resumo, portanto:
Duciomar foi cassado sem firmeza,
Priante foi impossado sem diploma e sem direitos, portanto.
Duciomar foi reconduzido à Prefeitura.
Tudo voltou a ser como antes....
E pra variar, o povo já esqueceu....
Como diria o Mosaico de Ravena:
"Isso é Belém, isso é Pará, isso é Brasil!!!"

Apenas um anexo: 
Esse ano é ano de eleição...
Será que nós não podemos MESMO fazer nada a respeito???
Fica a pergunta: responda você se for capaz!

Seja um de nossos autores!

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