Divago por caminhos incertos que me fazem perceber a diferença entre o que quero e o que posso ter.
Queria ter tudo, mas posso adquirir apenas um terço daquilo que na minha extrema pretensão acho que mereço.
Então eu finjo várias situações e encontro as mais belas e absurdas soluções.
Eu quero o amor completo, incondicional, o amor que ninguém ou quase ninguém poderá dar-me, eu quero a liberdade extrema, mas existem pessoas que nos reprimem, não de modo duro, ou consciente , mas nos vemos presos a certas regras, do amor incondicional à liberdade total, vemos a grande utopia do ser humano.
Inquestionáveis momentos penso que, às vezes, não passo de um ser qualquer, mas logo lembro que tenho meus amigos, que um ser qualquer seria desprezado por completo por todos, como um reles vegetal.
Assisto hoje em dia meu próprio filme de um outro ângulo onde não sou fator predominante mas um atenuante em muitos setores.
Posso por exemplo julgar-me capaz de escrever um livro, mas a quem interessar poderia minhas letras, que quando formam palavras, muitos não compreendem o real sentido? Posso sugerir a percepção de várias formas, mas sou como artista apenas eu as compreendo, porque risos, lágrimas, palmas e danças saem de meus sonetos.
A dialética se enquadra em minha mente que brinca com minhas pequenas mãos, então perfaço as ruas de minha cabeça e encontro lá pessoas desaparecidas mas nunca esquecidas.
Digo à minha pessoa que nada pode me abater, que a qualquer momento voltarei ao meu patamar poético e com prazer de um grande amor a palavra escrita, cantarei a trova do poeta adormecido há alguns anos dentro de meu ser e me erguerei de minha indolência.
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Daniela Vieira
10/04
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